Sou uma super admiradora da banda Maroon 5, completamente apaixonada pelas músicas deles, e para minha alegria eles virão fazer um show no Brasil, em março do ano que vem!
Quando começaram as vendas dos ingressos, foi algo surreal, esgotaram em questão de horas! Para terem uma idéia, no local do show (que é o único lugar onde não cobram taxa de conveniência) havia uma fila enorme de duas horas de espera, antes mesmo do estabelecimento abrir! Não consegui comprar, mas obviamente não me deixei abater, pois com certeza compraria de cambistas no dia.Porém, devido a procura ter sido tão grande, a banda decidiu fazer um show extra e começaram a vender os ingressos na meia noite dessa quarta-feira (16). Quando soube da notícia, logo pensei: “essa é a minha chance, dessa vez vou conseguir comprar!” Afinal nada melhor do que já ter seu ingresso em mãos, do que ficar a mercê de cambistas no dia.
Eu marquei na agenda do meu celular, que eu teria que entrar no site da Tickets For Fun de terça para quarta, mas quando chegou o dia mesmo, esqueci. Fui dormir às duas da manhã e esqueci completamente de comprar o bendito ingresso! Como aquilo ficou guardado no meu subconsciente, na quarta-feira tive um sonho ruim, mas que analisando com calma agora, vejo que foi um sinal que algo inconveniente iria me acontecer na compra desse ingresso…
No meu sonho, eu estava no site da Tickets For Fun, tentando comprar o ingresso do show assim que virou o dia, às 00h00. Mas eu não conseguia, pois já constava lá esgotado em São Paulo, e o meu desespero era tão grande, que tentava então comprar para ver o show em outro estado, que era Salvador ou Rio, conforme aparecia disponível. Cliquei em comprar, coloquei os dados do cartão, mas só depois que processou a compra, que vi que tinha comprado para um show errado e que custava mais de R$1.000! Fiquei mais desesperada ainda no sonho, pois tinha acabado de gastar uma “fortuna” num ingresso de show, que ainda por cima nem era o que eu queria ir!
Ainda no mesmo sonho, como num filme deu um pulo e depois eu já estava voltando para casa de madrugada, correndo de alguma coisa ruim, ouvindo uma voz sinistra ao fundo, falando sobre toque de recolher, que quem ainda estivesse na rua aquela hora, alguma coisa de ruim iria lhe acontecer. Enquanto eu trancava meu portão, surgiu um cara de bicicleta parado na minha frente, me olhando de um jeito estranho, nem falei com ele e entrei correndo para dentro de casa. Quando entrei, até meu cachorro (que eu não tenho) coloquei para dentro, com medo do cara fazer mal para ele também. Assim que fechei a porta, fui até a janela e olhei pelo vidro se o homem ainda estava lá, e vi ele com uma arma na mão, se preparando para pular o portão. Fui as pressas para o quarto, acordei minha mãe e falei que iam assaltar nossa casa, já pegando meu celular tentando ligar para a polícia. Mas como em sonho nas horas de desespero as coisas nunca fluem, eu não conseguia discar para o 190 e acabei acordando no susto, sentindo uma sensação estranha, pensando no assaltante e ao mesmo tempo no ingresso do show.
Imediatamente me lembrei que tinha esquecido de entrar no site e já peguei meu celular, para ver se conseguia comprar naquela hora. Assim como sonhei, já aparecia lá “esgotado” que agora só restavam os pontos de venda. Coincidentemente estava de folga nesse dia, então já fui tomar banho, no intuito de chegar no ponto de venda (nesse caso, a Saraiva do shopping Center Norte) antes mesmo de abrir.
Tive sorte em tudo, a condução foi rápida e quando cheguei haviam apenas 3 pessoas na fila. Alguns minutos depois chegaram mais uma mulher e um senhor, ficamos todos conversando. Aos poucos foram chegando mais pessoas, e reparei que eles não faziam fila atrás de nós, ficavam todos espalhados. Comentei com o pessoal que provavelmente quando subisse a porta do shopping iriam entrar todos ao mesmo tempo, eles concordaram com o meu ponto de vista, e avaliaram que a fila já deveria ser formada desde aquele momento, uma vez que nós que tínhamos chegado primeiro.
Quando a porta começou a subir, uma piveta que estava acompanhada da mãe e duas irmãs, se aproximou da porta, dando a entender que ia sair na frente. Já não gostei daquilo, detesto pessoas folgadas. Até então só observei. Quando a porta subiu de vez e começamos a entrar, o pessoal que entrou comigo foram entrando civilizadamente em fila. Já essa menina começou a andar rápido, querendo nos ultrapassar. A mulher que estava na minha frente, deu um chega pra lá nela, dizendo que tinha fila. A piveta se acovardou e voltou para a mãe. A mãe que devia ser tão folgada quanto a filha, provavelmente a incentivou, pois logo depois vinha a menina de novo querendo passar na nossa frente, dessa vez eu que falei “respeita a fila por favor? Estamos aqui desde às 7:00!” Mentira, eu não estava lá desde às sete, mas a mulher da minha frente sim e quis colocar uma pressão rs. Novamente a menina retrocedeu. Passou alguns segundos, até que de repente vejo a infeliz passando correndo do meu lado! Que pessoinha mais inconveniente e teimosa! Aff!
Quando chegamos na Saraiva, incrivelmente não éramos os primeiros, já haviam umas vinte pessoas na fila (como assim?? Por onde entraram??) e por um milésimo de segundo me esqueci da trapaceira ao ver aquela fila já formada.
Ultimamente, uma coisa que tenho reparado demais nas pessoas, é que muitas não gostam de certas coisas, mas não têm atitude ou coragem para reclamar. Realmente estou fazendo a faculdade certa, pois ser jornalista é isso, ao ver algo em desacordo, questionar e por a boca no mundo. Quando percebi que a primeira senhora da fila (da nossa “pré fila”) não iria reclamar com a menina, não me aguentei! A piveta além de muito folgada, estava com aquele sorrisinho na cara se achando a esperta! Falei para a mulher: “a senhora não deixa ela ficar na sua frente não! Ela está com 3 pessoas, já são mais três passando na nossa frente!” A senhora me olhou sem dizer nada e ainda bem que não foi tonta de dizer “pode deixar”, já que se calou, ao invés de colocar a menina pra correr.
Nisso a mulher da minha frente começou a reclamar também e a mãe da menina vendo a confusão se formando, veio buscá-la, dizendo: “Não tem problema, vem filha! Come o ingresso!” Essa última frase direcionou para mim. Respondi ela de volta com um:“obrigada pela educação!”. Mas que abuso!! É impressionante o nível da falta de respeito do ser humano, a pessoa quer trapacear os outros na cara dura, e ainda se acha no direito de reclamar algo?! Faça-me o favor!!
A segunda chateação que tive, aconteceu quando chegou a minha vez de comprar o ingresso. Entreguei ao atendente meu RG, cartão do banco e carteirinha da faculdade. Vocês acreditam que ele virou para mim e disse que não poderia aceitar minha carteirinha, pois a mesma não tinha data de validade??!! Eu não aceitei de imediato, e ele até foi confirmar com o outro atendente se realmente não poderia (como assim?!), falei que se fosse preciso entrava no site da faculdade naquele momento mesmo, para verem que eu estou matriculada, e ainda perguntei se o boleto servia. Não, nada disso adiantava, eu teria que ter uma “declaração de matrícula” para conseguir o devido desconto.
Como sabem, ingresso de show já não é uma coisa barata, o que nos alivia são as meia-entradas. Quando ele disse isso, me deu até uma dor no coração, pois eu não sairia dali sem aquele ingresso e já vi que teria que pagar caro por isso. Ele já estava devolvendo minhas coisas, quando falei desanimada: “quero a inteira então”. Quando ele falou o valor, meu pai, me senti assaltada igual no sonho, R$780 um ingresso!!! (Pista Premium). Sendo R$130 só de taxa de conveniência. Como eles podem nos cobrar esse valor de taxa, numa coisa que se pararmos para analisar nem é tão “conveniente” assim? Pois saímos de nossas casas, nos locomovemos até o local, pegamos fila, passamos raiva, me diz, o que tem de conveniente nisso??!
Aceitei pagar o valor mas me sentindo desfalcada financeiramente, paguei porquê já estava ali, esperei na fila e sabia que se não comprasse naquele momento, poderia não conseguir depois, já que os ingressos tendiam a esgotar rapidamente de novo. Paguei, mas confesso que nem pude sentir o prazer da aquisição, com esse valor tão exorbitante.
Comparando ao que passei no meu sonho, a situação foi bem similar, pois eu paguei caro por um ingressoerrado e na vida real estava pagando caro por umerro na solicitação do desconto. Assaltada, foi exatamente assim que me senti.
Apesar de tudo, não me arrependo. Acredito que estaria me sentindo muito pior se não tivesse o comprado, ainda mais depois de todo o esforço que fiz para estar lá, e defender meu lugar na fila. Entretanto também não consigo sentir aquela alegria por ter comprado, diante de todo esse contexto rs. Quem sabe daqui alguns dias…