Autor: Claudia Tajes
Editora: L&PM Pocket
Ano: 2013
Preparem-se para dar muitas risadas com as histórias de Graça, uma adorável mulher sem sorte no amor, ou talvez com amores demais! Hahaha. O livro de bolso é composto por várias crônicas, contando com muito humor todas as aventuras amorosas dessa moça que sempre se apaixona ou se envolve com alguém. Cada capítulo é um rapaz diferente, contando o “Antes” (do envolvimento com determinado rapaz), “Durante” (o relacionamento), e o “Depois” (do coração partido). As histórias seguem uma ordem cronológica, desde a sua infância, passando pela adolescência, até chegar na vida adulta. E para te mostrar o quanto vale a pena essa leitura, destaquei uma das melhores partes de cada pretendente! Será que consigo atiçar sua curiosidade? 😜
O Judeu Ortodoxo
“Acabei por conhecer o Varão no momento em que isso não deveria ter acontecido. Um dia, a campainha de casa tocou, e atendi a porta vestida para a limpeza, com um shortinho velho, a camiseta de algum candidato a vereador derrotado e uma escova daquelas de limpar privada na mão.” (Pág. 15)
Quem nunca passou por uma situação assim?! 😯 Não exatamente nessas circunstâncias, mas a de estarmos totalmente desarrumadas e encontrarmos o crush na pior hora? 😂
O Higiênico
“A Comida de Afonso mostrou-se um tanto aguada também. O tempero, suave demais, tinha o objetivo de desestimular as glândulas e eliminarem o suor. Me ofereci para lavar a louça apenas por educação, como era de meu costume, e ele aceitou. No final, conferiu a limpeza de cada peça, ensaboando novamente o que não julgava desengordurado o suficiente.” (Pág. 35)
Definitivamente acho que esse foi o seu pior pretendente! 😂 Homem frescurento não dá!
O Fumante
“Soube que ele fumava desde a primeira vez em que nos encontramos, no aniversário de alguém que eu não conhecia e para o qual fui levada por pessoas que nunca havia visto. Mas claro que isso só aconteceu porque eu estava em algum lugar que não lembro com amigas que não sei quem eram, e a coisa se armou tão naturalmente que terminei a noite na festa de Vânia. Ou Vanda. Ou Vivian, não poderia dizer ao certo.” (Pág. 43)
Pelo jeito o porre foi bom rsrs.
O Simples
“O mais engraçado é que Vander parecia chateado por ter ganhado uma boa comissão com o meu consumismo exagerado. E isso, convenhamos, ficava irresistível em um vendedor.” (Pág. 55)
Curioso, não?! 😯
O Poeta
“Parada ao lado do poeta, mendiguei um olhar que não veio. E pensar que os pedintes do parque conseguiram de mim moedas, vales- transporte e minha única nota de cinco reais com tanta facilidade.” (Pág. 71)
É mesmo horrível ser desprezada. 😪
O Taradão
“Luciano jamais ficou de roupa dentro da minha casa. Nu assim que passava pela porta, ele só se vestia novamente ao ir embora, não importando a duração da visita. Em um feriadão chuvoso, chegou a ficar cinco dias despido. Estranhos eram os almoços e jantares na mesa com tampo de vidro da sala, os órgãos sexuais dele disputando minha atenção com a tevê.” (pág. 76)
Como ele não sentia frio?? 😅
O Boêmio
“Desde quando alguém vai em busca de uma sobrevida como amante e acaba promovida a mulher oficial do irmão do próprio amante?” (Pág. 86)
Essa é para refletir. 🤔
O Esportista
“Carlos era a combinação genética perfeita, e sete anos mais moço, e as mulheres ficavam hipnotizadas quando o viam, e as motoristas freavam, e as velhas suspiravam, e as moças se cutucavam. E, de maneira geral, eu podia perceber o escárnio quando me viam ao lado dele.” (Pág. 99)
Diferença de idade sempre foi motivo de preconceito mesmo, infelizmente.
O Triste
“Troquei o cinema por um longo café com o rapaz do ônibus, que se apresentou como Mourão, mas que apelidei de Tristão. Nunca havia conhecido alguém mais triste.” (Pág. 105)
Tristão!! 😂😂😂😂😂
O Brasileiro
“Um filho é, obviamente, uma responsabilidade muito mais séria que qualquer outra, de qualquer ordem, que a vida possa apresentar. Acho que, se alguém por um segundo pensasse a fundo no que significa criar uma pessoa e fazer dessa pessoa alguém de quem o mundo vá se orgulhar, nenhuma criança mais nasceria no planeta.” (Pág. 111)
Ao contrário da maior parte do livro, essa não é nada engraçada, mas bastante reflexiva. E tive que concordar com a autora. ☝🏻
Acabei não citando nada da última crônica (O Místico) pois essa deixarei para você me dizer nos comentários qual é a melhor parte! 😉 E se você por acaso já tinha lido Louca Por Homem, me deixe saber qual das crônicas foi a mais engraçada na sua opinião!
TRILHA SONORA
E a música perfeita para essa história é “Ex’s and Oh’s” da Elle King!
Até a próxima resenha! 😃
Eu não diria sem sorte no amor, mas com amor em demasia, rs, dedicando total devoção (e intensidade) a cada relacionamento, ou paixão, por assim dizer, a que se envolve. As primeiras histórias mostram uma Graça extremamente impulsiva (será que a autora levou em consideração a idade da personagem? Creio que o intuito foi exatamente esse.) e, com o passar das crônicas, ela vai ficando menos impetuosa. De uma forma leve e divertida, a narrativa vai se desenrolando, e, o fato de serem crônicas curtas, ajuda ainda mais na percepção de uma leitura interessante, prazerosa e instigante, nos dando a sensação de curiosidade para saber qual o próximo hábito a que ela irá se dedicar para tentar agradar seu novo par.
Pelo fato das crônicas seguirem a idade cronológica da personagem, a primeira é mais inocente, e, ao meu ver, puxa mais para o lado cômico, como na situação já relatada com a roupa de limpeza ou quando a boneca cai no pátio onde o cachorro ficava, e, para tentar salvá-la dele, um acidente ocorre.
Agora, um ponto para refletir, até onde as crônicas do livro são pura ficção e até onde são baseadas em experiências vividas pela própria autora? O que vocês acham?
Em relação à última crônica (O Místico), eu destaco a seguinte passagem:
“Importa é o que você sente sobre você. Se a sua alma não está em conflito, significa que as vidas que você já viveu não tem contas a acertar com a sua encarnação de hoje.”
CurtirCurtir