
Título Original: Le Bal
Direção: Ettore Scola
Ano: 1983
Categoria: Ficção Histórica
O Baile é um filme francês, sem nenhuma fala, sendo conduzido apenas por expressões faciais, gestos e muita música! O local dos acontecimentos é sempre o mesmo (o salão de festas), porém, ambientado em épocas diferentes. O que só é possível percebermos quando há uma mudança na cor da imagem de uma cena para outra, passando do colorido para o branco e preto. E mesmo que depois volte a ficar colorido, quando muda para outra cena, fica nítido que não se trata mais da época inicial, de quando o filme começou.
Os atores interpretam personagens diferentes em cada época, o que mais uma vez reforça a ideia de serem períodos distintos, até mesmo pela mudança no estilo das músicas que são tocadas. Durante uma boa parte do filme são apenas músicas instrumentais e após a representação de um período de guerra, em que há bombardeios, as músicas passam a ser cantadas, explicitando ainda mais a evolução das épocas.

É difícil afirmar se as épocas retratadas foram em ordem cronológica, pois, precisaria ser uma boa conhecedora de história para isso; sem contar que o período da primeira e da última cena são os mesmos, confundindo ainda mais sobre os outros períodos que foram mesclados entre a cena inicial e a final.
Em determinado período, percebi referências do filme: “Embalos de um Sábado à Noite” e fiquei na dúvida se foi proposital, visto que esse outro é de 1977, ou seja, antes deste. É retratado também um período pós-guerra, em que pessoas dançam segurando a bandeira da França comemorando e soldados retornam para suas vidas, um deles até mesmo sem uma das pernas.

Destaco que de todos os períodos representados, o que mais me cativou (e me confundiu também) foi o segundo, em branco e preto. Exatamente aos trinta minutos de filme, uma moça de cabelos pretos e batom vermelho, se interessa por um rapaz que acaba de chegar ao baile. A princípio parece que o interesse é recíproco, até que ele a deixa sozinha para ir de encontro a uma outra que ele avistou e que lhe pareceu mais interessante.
Achei curioso que ao parar na frente da mulher loira (a outra que havia lhe chamado mais a atenção), ele forra um lenço no chão na frente dela, como se tal ação fosse uma demonstração de cortejo. E o mais curioso ainda foi a tal moça aceitar dançar com ele, visto que ela já estava acompanhada por outro homem. Nesse momento, até pensei que o outro homem fosse seu pai ou irmão (por ter cedido que ela dançasse com outro que não fosse ele), mas visto a depressão em que ele ficou depois, percebi que na verdade era um pretendente também.

Outras curiosidades que me chamaram a atenção nessa parte, foi o rapaz enciumado tentar usar cocaína em público (se essa prática é proibida nos dias de hoje, não vejo como possa ter sido permitida em algum tempo do passado). Mais para frente, ainda no mesmo período, também me surpreendeu a mulher de cabelos pretos levar um tapa na cara de um homem que acabara de conhecer, assim sem mais nem menos. Talvez fossem metáforas, mas que admito não ter compreendido.
Em suma, O Baile é um filme um tanto confuso, com sutis nuances de humor e algum significado que não ficou muito claro para mim. Então, se alguém aí tiver uma outra análise que queira compartilhar, por favor, me deixe saber nos comentários!! 😉