Sabe aquele dia que de repente tudo começa a dar errado e você de tão otimista que é nem percebe a leva de azar que se meteu? Um dia “daqueles” em que você só se dá conta da zica, depois de vivenciar uma série de catástrofes resultantes da catástrofe anterior? Coincidência? Obra do destino? Chamem do que quiser. Eu só posso dizer que fiquei feliz (e aliviada) quando finalmente deitei a minha cabeça no travesseiro. Pois, somente nesse momento tive a certeza que o dia havia chegado ao fim.
Será que o meu dia de cão foi pior que o seu? 🤔 Me deixe saber nos comentários depois!! 😃
Tudo começou a dar errado quando eu estava indo para a faculdade, por volta das 17h40. Saí de casa em ligação com o meu melhor amigo – que havia brigado com o namorado e estava desabafando – e por conta desta distração, esqueci a “introdução” do que será o meu TCC em cima da mesa, dentro de um livro. 🤦🏼♀️
Alguns minutos após a ligação ser encerrada (quando eu já estava dentro do ônibus a caminho da estação de metrô), me deu aquele estalo, e olhei debaixo da minha bolsa – que estava sobre o meu colo – se o livro estava embaixo dela, mas não! Não estava e bateu aquele desespero! 😱 Olhei as horas e decidi voltar em casa, pois precisava levar aquele papel!
Desci do ônibus e chamei um táxi (pelo aplicativo da 99), para que eu voltasse em casa o mais rápido possível, pois a partir dali com certeza eu me atrasaria. Quando cheguei, pedi ao motorista que não finalizasse a corrida, pois precisaria que ele me levasse até a estação do metrô também. (Era horário de pico, e se eu tivesse que depender de outro ônibus chegaria só amanhã no destino.)
Só nisso já tive preju. Gastei com ônibus e táxi, gastos que eu não teria se as circunstâncias tivessem sido outras. Mas tudo bem, situações extremas exigem atitudes extremas.
Eu só fui me dar conta que o azar não havia parado por aí, horas depois, quando estava voltando para casa. Quando cheguei na estação de metrô em que pegaria um ônibus, me dei conta que eu não tinha o dinheiro suficiente para a passagem, pois comprei um salgado na faculdade e ao invés de pagá-lo com o cartão, paguei em dinheiro, esquecendo que havia levado apenas o necessário e tirado o restante do money da bolsa, justamente para evitar que eu esbanjasse comprando futilidades pela rua. 🤦🏼♀️
Já era quase dez da noite, e eu não conseguiria chegar numa agência a tempo para sacar. “Socorro!” eu pensei. Será que eu teria que mendigar??! 😰 O jeito foi novamente chamar um táxi pelo aplicativo, já que esse poderia pagar no cartão. E lá vamos nós contabilizar mais um preju que poderia ter sido evitado. 🤧
Mas isso não foi nada, comparado ao que me esperava quando eu chegasse em casa rs. Quando o motorista entrou na minha rua e comecei a tatear dentro da bolsa em busca pela chave, me dei conta que aquilo sim seria para fechar a minha noite com “chave” de ouro! Eu havia a perdido. 🤦🏼♀️
Não acreditei que aquilo poderia estar acontecendo. Quase onze da noite e eu sem ter como entrar na minha própria casa! E eu só poderia ter perdido as chaves dentro daquele táxi da ida. Eu entrei no carro tão esbaforida com o atraso, que esqueci de guardar a chave na bolsa, a larguei no meu colo, que depois escorregou para o banco. Ficando lá abandonada como uma órfã.
Perguntei na portaria se eles tinham algum chaveiro para indicar e para variar, é óbvio que a resposta foi negativa (até nisso tive que me virar). Por sorte consegui um chaveiro rapidamente – Google sempre salvando vidas – e em quinze minutos o rapaz chegou.
Fui simpática no começo, mas confesso que detestei ele ser tão curioso, me enchendo de perguntas a todo momento. “Onde você estuda? Tá cursando o que? O que você faz? Você mora aqui de aluguel ou próprio?” e por aí vai. E o pior é que por mais que essas perguntas invasivas incomodem, não temos como escapar delas sem sermos grosseiros, não é mesmo? Então fui respondendo, até porque dependia dos seus serviços para conseguir entrar em casa.
Contudo, com o tempo fui deixando de ser simpática, para que quem sabe assim, ele se tocasse que estava sendo inconveniente fazendo tantas perguntas pessoais. Eu sei o que você deve estar pensando: “Poxa, ele só estava querendo puxar assunto”, mas então que puxasse assunto contando sobre a vida dele e não querendo saber detalhes da minha.
De repente seu celular tocou, e para a minha decepção, ele atendeu e ficou papeando, falando alto no meu corredor, ao invés de simplesmente pedir que a pessoa ligasse depois.
Enfim retomando o seu posto, após alguns minutos sem sucesso usando um ferrinho na fechadura, ele anunciou que precisaria da furadeira para fazer um pequeno buraquinho. Isso me assustou um pouco, pois além do apartamento não ser meu, aquele horário era proibido qualquer barulho desse tipo. Falei que não era permitido por conta do horário, mas ele argumentou que até alguém ligar para reclamar, ele já teria terminado e ido embora. Não me convenceu, mas não tive escolha senão ceder.
Ele avisou que precisaria voltar no seu carro para buscá-la e pediu que eu o acompanhasse. Não gostei e respondi que o aguardaria ali mesmo, mas ele insistiu, dizendo que se perderia no condomínio. Sei. Retornei com ele, mas não todo o caminho, e quando chegamos num ponto que já dava para ver seu carro, indiquei para que ele seguisse sozinho. Seu carro estava estacionado dentro do condomínio, na vaga de visitantes, ou seja, não haveria perigo para mim, mas mesmo assim quis manter uma certa distância daquele homem que só sabia fazer perguntas.
Já de volta, quando ele ligou a furadeira – que dispensava tomada – me deu uma grande aflição. Ele disse que seria rápido mas ficou um minuto inteiro fazendo aquele barulho enorme. E não foi exatamente “só um buraquinho” que ele fez na porta, mas por sorte o contorno do miolo da fechadura tamparia aquele arrombo.
Enfim ele conseguiu abrir a porta e corri para pegar a chave extra e testar se continuava tudo ok com a fechadura. Quando ele avisou para eu não forçar a chave, já era tarde demais. Eu havia rodado ela e a mesma travou na fechadura. 🤦🏼♀️
Ele começou a resmungar que teria mais trabalho, e, talvez para me pirraçar, interrompeu o que estava fazendo para atender uma ligação e depois responder alguma conversa no WhatsApp. Achei aquilo uma falta de profissionalismo tremenda e quase bati o pé de impaciência para que ele se tocasse que eu não estava gostando daquilo. Afinal, já estava tarde e eu queria poder ficar em paz dentro da minha casa.
Acredito que ele percebeu a minha irritação, e sem que eu precisasse dizer alguma palavra, ele disse: “Se você não tivesse colocado a chave, já teria terminado”. Que abusado! 😒 Eu não respondi nada, mas quando ele reclamou de novo do retrabalho que eu estava lhe dando, rebati um pouco grosseira: “Me desculpa, mas você não me avisou e obviamente que eu iria testar a fechadura”. 😤 Ora bolas, ele achava que só ele estava incomodado com a situação?! 😒
Quando enfim conseguiu destravar a chave, tivemos um outro dilema, pois ele não estava encontrando um dos parafusos. Disse que tinha colocado na bancada num tom acusador que não gostei nada, como se eu tivesse dado perdido no parafuso de propósito. Respondi que eu sequer havia encostado na bancada e claro, ajudei a procurar. Depois ele achou o parafuso no chão, novamente com tom acusador, como se tivesse caído por culpa minha. Dai-me paciência. 💆🏼♀️
Ainda tive que desembolsar R$ 100 pelos seus serviços, pena que não me deu nenhum desconto pelo péssimo atendimento. Ainda por cima a fechadura ficou mais dura de passar a chave depois disso.
Será que eu atirei pedra na cruz e não sabia? Até o último instante a minha noite estava sendo péssima! Precisava me livrar urgentemente daquele energia ruim. Tomei um belo de um banho e caí na cama, xô dia de cão!!