Era o mesmo veterinário da outra vez. Quando mostrei a ele desesperada, o que ele tinha nas costas, ele precisou chamar outro veterinário pois não tinha certeza! O outro veio e disse que era algum tipo de infecção profunda que não me recordo agora o termo técnico, disse que quase tinha atingido a coluna e que se tivesse chegado a tanto seria pior ainda!
Disse que seria preciso anestesiá-lo, que raspariam mas que demoraria em torno de dois ou três meses para cicatrizar, que entrariam com mais antibióticos, e que ele precisaria de cuidados diários, que alguém ficasse o tempo todo com ele. Já fui ficando mais aflita, pois eu não poderia dar toda essa atenção, eu tinha meu trabalho e minha mãe também, expliquei a ele que só o via de manhã e a noite, e perguntei do fundo da alma, quais as chances dele de ficar recuperado nas atuais circunstâncias.
No mesmo momento o veterinário que havia me atendido da outra vez, foi para sua mesa e puxou o histórico do Milagre no computador, começou a ler em voz alta para esse veterinário, que estava alheio ao restante do seu quadro. Ao final de tudo, ele disse: “É… No caso dele não é só a infecção, possui uma série de outros problemas, perdeu a sensibilidade das patas traseiras, já não tem uma da frente, o fato dele comer e beber sozinho, é bom, mas não lhe garante melhora no restante, é um tipo de paciente que não pode ficar sozinho, pois precisa de cuidados em tempo integral.
Perguntei entre lágrimas se ele achava que no caso dele seria melhor eutanásia, pois se esse era os cuidados que ele deveria ter, eu não poderia dar. Ele disse que isso não partiria deles, mas que no caso dele realmente era complicado eu continuar com seu tratamento se não poderia ficar com ele diariamente. O Milagre a essa altura já estava se lambendo e lambendo a mesa ao qual estava em cima, tamanha a sede que deveria estar.
Como era uma decisão muito difícil e muito séria, disse que precisaria fazer uma ligação. Eles me deixaram a vontade e liguei para minha mãe. Minha mãe começou a chorar comigo ao telefone. Disse que já esperava isso, pois ele estava ficando cada vez pior, e que por mais triste que fosse pelo menos agora ele descansaria e não ficaria nessa agonia de só ficar deitado, impossibilitado de fazer o que quer que fosse. Para tentar me acalmar disse também que eu tinha um coração muito bom, mas que já tinha feito tudo que podia, como ele ia ficar em casa o tempo todo sozinho com todos esses problemas? 😦
Saudades de você Carol S2
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