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Milagre – Parte 10 “Hospital Público Veterinário Tatuapé”

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Assim que tive a minha primeira folga em dia de semana, o levei até o Hospital Público Veterinário do Tatuapé!

Como funciona o atendimento lá:

(Bom para você que planeja e precisa levar o seu animalzinho também)

Para ser atendido, você precisa ir de madrugada, ficar em uma “fila de senhas” e quando for 7h00 começarão a distribuir 80 senhas, para que você, possa levar o seu cão ou gato no dia seguinte. Mas também há os atendimentos emergenciais, onde eles atendem de imediato, mas para que possam dar continuidade no tratamento, precisará dessa senha de qualquer forma. Mais um detalhe importante: só atendem quem mora na cidade de São Paulo! E é imprescindível que você leve um comprovante de residência.

Quando resolvi levar o Milagre, tinha plena ciência da necessidade dessa senha, mas confiei que devido ao seu quadro médico o atenderiam no emergencial, pois no encaminhamento médico que eu possuía, dizia que ele tinha que fazer uma nova cirurgia o quanto antes.

Fui com minha mãe e meu tio de carro, e somente quando cheguei lá, que soube que só atendiam quem morava em São Paulo. Minha mãe descobriu antes de mim, enquanto conversava com uma outra mulher que também estava aguardando para ser atendida. E imediatamente já pensei em um plano B, teria que inventar alguma coisa, pois precisava que ele fosse atendido.

Quando a moça da recepção me chamou, menti que morava com meu namorado (o mesmo mora em São Paulo) e que apenas minha mãe morava em Guarulhos e veio me acompanhar (ela já tinha ouvido a história que alguém era de Guarulhos). A moça pareceu não engolir muito, mas deu continuidade para que fôssemos atendidos.

Quando chegou a nossa vez, fiquei muito desapontada quando a veterinária disse que eu precisaria da senha para que viessem a fazer outra cirurgia nele. Argumentei que o caso dele era urgente, mas ela disse que ali eles só o medicariam, que emergencial era considerado cachorros em quase óbito, e que ele estava “muito bem”.

A princípio ela também não me deu muito crédito quando viu que ele tinha sido atendido inicialmente em clínica particular e até disse ” porquê você não volta lá?” e só quando fui explicando para ela minha triste situação que ela foi me tratando mais humildemente, e ficou tão tocada com tudo que contei que até tirou foto dele, e me orientou a tentar ir no Hospital Público do Tucuruvi, pois lá por ser uma unidade mais nova, era mais vazio, e eu conseguiria a cota das senhas mais facilmente, enquanto no Tatuapé às quatro da manhã já tinham muitas pessoas na fila. 

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Agora eu tinha mais dois desafios:

– Conseguir a senha;

– Conseguir ser atendida mesmo morando em Guarulhos.

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Milagre – Parte 9 “Dia A Dia”

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Passou-se uma semana e eu estabeleci minhas rotinas diárias:

Antes de sair para trabalhar medicava o Milagre, deixava-o com água e ração abastecidos (sim, ele já estava comendo e bebendo sozinho para minha grande alegria!) e quando voltava o limpava e medicava novamente.

No começo eu molhava a ração, mas quando experimentei não molhar, ele comeu da mesma forma. Ele sempre ficava deitado, mas nunca quando eu chegava em casa estava do mesmo jeito que o deixara. Ele fazia grande esforço para se mexer com a única pata que o obedecia, e para minha grande surpresa, antes mesmo que eu comprasse o laxante que a veterinária receitou, ele conseguiu sim defecar sozinho! Nunca fiquei tão feliz na vida por um cocô de cachorro!! Rs.

E foi a partir daí que o seu nome mudou para Milagre, pois apesar dele não estar 100% ele estava vivo; se alimentava por espontânea vontade; e agora até defecava mesmo que a veterinária tenha dito que não conseguiria sem ajuda; e devo dizer que seu próprio nome quem o escolheu foi minha mãe, ou seja, mais um motivo para ser um “Milagre”.

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Milagre – Parte 8 “Medicações”

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6° Dia

Minha mãe, ao me ver saindo para trabalhar, perguntou se eu não levaria o cachorro embora. Menti que sim quando voltasse, pois estava atrasada. Escaneei a lista dos remédios para o e-mail da Natália. Durante o almoço, liguei para a minha vizinha pedindo que fosse dar uma olhada no Milagre, e fui surpreendida pela notícia de que minha mãe estava em casa cuidando dele! Meu coração se encheu de alívio por saber que tinha se acalmado e se sensibilizado com o pobrezinho! Liguei diretamente para ela que disse não ter ido trabalhar, pois ele morreria de calor naquele quartinho, e disse que tinha até dado água na seringa!

Como eu e a Natália fazíamos turnos diferentes, ela pôde providenciar os remédios de manhã, para que eu pudesse buscá-los a tarde, e naquele mesmo dia depois do serviço, fui até sua casa, pois seu amigo que conseguiria os remédios, deixaria com sua mãe. Assim como eu, Nat também mora em Guarulhos, mas o ônibus que ia para sua casa dava a volta ao mundo, tamanha demora para chegar! E apesar da nossa amizade, nunca tive a oportunidade de ir em sua casa e nem conhecia sua família, mas devido as circunstâncias tudo aconteceu ao mesmo tempo, e sua mãe, dona Laura, foi muito generosa e simpática, onde até me deu uma cartela de seus remédios para o estômago, que constava na receita e não tinham conseguido. Cheguei em casa já de noite, o pobre Milagre estava há mais de 12 horas atrasado nas medicações, tanto que quando fui medicá-lo estava mais arisco, acredito que pela dor que devia estar sentindo.

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Milagre – Parte 7 “A Luz”

Naquela mesma noite, antes de adormecer, comecei a conversar com uma amiga do trabalho pelo whats, a Natália, que até então eu não sabia que também era apaixonada por animais, especialmente cães. 

Ela ficou tão triste e tocada quanto eu pela história do Milagre. Comecei a relatar para ela como desabafo, pois depois que o Rafael desistiu de prosseguir, fiquei querendo dividir minhas angústias com outra pessoa, e não esperava que ela fosse tão receptiva e compreensiva! E isso acabou nos aproximando ainda mais!

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Como uma luz no fim do túnel, ela disse que conhecia um amigo que trabalhava em posto de saúde, e que poderia ver com ele, se conseguiria os remédios para o Milagre (99% dos remédios que ele precisaria tomar eram remédios de “gente”), já que eu estava no meu limite financeiro e fim de mês é difícil para todo mundo.

Ela também me falou de um Hospital Público Veterinário para Cães e Gatos  que existia! Mais um raio de luz foi entrando pelo meu túnel escuro. No mesmo instante joguei na internet e comecei a ler a respeito, sim! Existia! Já me enchi de esperança imaginando eles fazendo essa outra cirurgia de que ele tanto precisava!

Se por um lado uma porta se fechou e perdi o apoio do Rafael, Deus me abriu três janelas! Sendo a Natália que além de me conseguir quase todos os remédios, me falou desse Hospital Veterinário, a Renata que também trabalha comigo, que comprou um dos remédios que não tinha no posto sem nem ao menos querer a devolução do dinheiro gasto, e a Francine que também trabalhou comigo em 2011 e que se prontificou a me ajudar com um dos remédios veterinários apenas pelo que postei no face contando do Milagre.

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Aleatoriamente eu postava no face sobre o Milagre, com a esperança de que a internet me ajudasse a chegar ao seu dono(a) mas isso nunca aconteceu.

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Milagre – Parte 4 “Complicações”

Cheguei em casa e postei no Facebook sobre o cachorro, pois ele tinha coleira, e estava com “gravata de pet shop” que são aquelas gravatas que dão quando os cachorros tomam banho, até perguntei para alguns amigos do bairro, mas ninguém sabia quem seria seu dono.

2° Dia

No dia seguinte (domingo), liguei na clínica para saber se tinham novidades. E a veterinária já me veio com outra má notícia… Disse que ele estava apresentando “alterações neurológicas”, que não respondia a estímulo nenhum! Não comia, não se mexia e ficava com o olhar perdido. Me explicou que dependendo de como foi o atropelamento, poderia ter batido a cabeça, e que se fosse isso mesmo, não adiantaria fazer cirurgia, pois seria caso perdido, disse que seria preciso fazer um outro exame, e pediu minha autorização. Concedi. Desliguei o telefone pedindo a Deus que não deixasse ser isso.

3° Dia

Liguei novamente e a veterinária, disse que o cãozinho já estava bem melhor (no quesito neurológico) que já acompanhava com os olhos e tentava se levantar! Que provavelmente estava imóvel antes devido a dor. Não foi preciso fazer nenhum exame, e naquele dia a tarde, seria feito o procedimento cirúrgico. Fui até lá depois do serviço para vê-lo, mas não consegui, pois disseram que ele tinha acabado de entrar em cirurgia (houve atraso).

4° Dia

Liguei para saber como tinha sido e como ele estava, e adivinhem? Mais complicações! A veterinária explicou que tinha dado tudo certo, entretanto ele não estava conseguindo se levantar, e estavam desconfiados que as patas de trás, também tivessem sido afetadas pelo acidente. Disse que seria preciso fazer um raio X. Concedi que fizessem, e no dia seguinte quando fui buscá-lo só tive mais notícias amargas… 😦